quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Ocaso

Por entre os vãos
atrás de paredes ocas
guardado por correntes de ferro podre
por cães doentes
os meus medos
pequenos segredos
se transformam em monstros ferozes
venenosos ao toque.

Num baú sem tranca
um cofre sem combinação
escondido a plena vista
nesse quintal de mato alto
insetos rastejam
se alimentam do que sou
se apoderam do meu ser
o que vê é o pouco que restou

De barba falha e grisalha
cabelo sem corte e por pentear
olhos semi abertos, fracos
procurando desesperadamente por algo mais
mãos frias feita o peito
coração que bate de teimoso
olhando da janela a vida
que há tanto o abandonou.

E o que fez foi pensar demais.

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