terça-feira, 19 de novembro de 2013

O Farol

O seu riso seco, falso
Atingiu  meu peito rápido
Apodrecendo meus pulmões
Riso infeccioso, me tirando o ar

Doeu mais foi ver seu corpo
Preenchendo outros braços
Seu batom manchando outros lábios
Eu barco perdido, nenhum farol

De longe eu vi, fingi enxergar
Luz salvadora, santa a olhos desesperados
Restos de um amor que não vingou
Aguado por lágrimas que caíram orgulhosamente em segredo

Caí do céu e fui ao inferno frio
No piso gelado, eu descalço e um violão
Amaldiçoei lembranças que me salvaram um dia
De cara no chão, implorando que fosse o último porre

Nas olheiras fundas, hoje velho renovado
Ainda ando descalço, ainda ando só
Mas quase nada me tira mais o sono
Na noite arrasto o pé, grito voz de cantador, levanto pó

Segui sozinho a beira-mar, a pé de serra
Aprendi nos meu erros que todo mundo erra
As vezes vejo seu sorriso, e rio feliz ao ver o sol
As rugas tristes do meu rosto abraçaram a solidão do mar, esqueceram o farol

Quantas vezes me perguntei
Amo eu um amor de louco
Ou eu são louco de amor?

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