Por várias vezes ao dia
Eu perco a lucidez
Um estado semi-consciente
De ansiedade, melancolia e embriaguez
Quem dera houvesse um copo
Ou que eu pudesse sentir meu corpo
Que o poço não fosse tão fundo
Ou que eu pudesse encarar meu rosto
Cólera ferve nas veias
Por vários dias no mês
Sou capaz de achar desculpas
Para uma raiva chula feita de insensatez
Quem dera houvesse um corpo
Que me livrasse do copo
Que me tirasse do fundo do poço
Que me fizesse perceber que sozinho eu posso
Por várias horas no dia
Eu não sei o que dizer
Nestas horas infinitas
Fico sem entender
Que tenho tudo e mais um pouco
Que preciso nada além de foco
Que todo mundo passa por algum sufoco
Que se eu passo é porque eu posso
"Medo do medo,
O pavor será disfarce da dor?"
- O Terno