quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O Homem Das Estrelas

Ainda tentava entender o que se passava, como uma falha assim não foi vista?
será que alguém viria? Viria pra onde?
No escuro mudo do espaço em que se perdeu não há placa e sinalização via satélite,
apenas o breu e a solidão.
Uma missão de porte simples, rotineira; se transformou em seu inferno pessoal.
Rum... quem dera que houvesse Deus ou demônio ali, outros pecadores.
Seria um alívio, água no deserto.
O sol era agora uma luz distante, esperançosa. mas já tinha tomado conta
de qual era sua situação.
Suprimentos para uma estadia de 3 dias no espaço. Combustível suficiente para uma aterrissagem.
Vagava ermo no universo pensando desesperadamente em uma solução.
Apertava os olhos buscando enxergar no abismo infinito uma luz de esperança,
via apenas restos dela, pedaços de estrelas mortas há anos.
O escuro traiçoeiro enganava a mente, revia amigos e familiares
flutuando ao lado de sua nave.
A saudade doía no peito, mas não só a saudade como a dúvida.
Será que sentiriam sua falta?
Será que alguém iria chorar?
Não restava mais nada da terra a lhe fazer companhia, nada além
de lembranças e si mesmo.

Se as horas passavam já não importava. Depois de anos imaginando que
música tocava o universo, achou irônico dançar a som nenhum.
E como se o destino ainda houvesse salvo uma última peça a lhe pregar,
via sua nave agora sucumbindo a tremores fortes, como se acometido a um terremoto e
por sonho ou pesadelo estava em terra.
Sua mente trabalhou rápido a descobrir do que se tratava. Havia sido sugado em um buraco negro
e com ele toda esperança restante.
Havia chegado aonde nenhum homem tinha chegado e nenhum homem jamais saberia disso.
Havia se tornado um passo além.
Sinonimo de solidão.
O homem das estrelas.

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