quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Do meu quarto

São sempre
outros versos
outros risos
outros lábios

Se amam
enlouquecidos
em combustão
e eu observo
do meu quarto

As garrafas
esvaziam-se
se enchem
e acabam

Eles se amam
peito a peito
grudados
enquanto os vejo
aqui do lado

Faço trilha
apelo e coro
súplicas
por companhia

Se amam
se devoram
e riem no fim
se perguntando se por hoje
tá bom pra mim

Assisto
horas a fio
os beijos
as mordidas
e os abraços

Vejo todas as cores e curvas
sinto o cheiro
e ouço os suspiros
bebendo sozinho
espiando os vizinhos
do meu quarto