sexta-feira, 23 de maio de 2014

Eu não sou como eles mas eu posso fingir

Diga a verdade dessa vez
mostre sua face real
minta pra mim
finja que ainda é quem eu conheci
quem eu sempre imaginei
com a roupa suja
de cara lavada
de quatro
feito de gato e sapato
me faça acreditar que ainda se importa
me traga flores
bata à porta
me traga uma arma
me traga
feito cigarro
pise em mim no final
me carregue no bolso
amassado
divido em 20 partes
sem filtro
razão do amarelo em seu sorriso
gargalhando a noite
dirigindo alucinado
traga sua arma
carregada
destravada
me de um soco no estômago
e dois na cara
atire para o alto
faça chover
para estancar a dor
para aliviar o sangue
para ranger os dentes
roer as notas verdes
seduzentes companhias da madrugada
de vista turva
tropicando na rua
largado no vomito
Insano
constante
fingindo que é igual a eles
fingindo que é feliz...

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